Já imaginou acordar sem pressa, tomar um café da manhã reforçado, escalar o Mont Blanc e voltar a tempo de almoçar em casa? Foi o que fez o francês Benjamin Védrines, de 32 anos. E junto com isso ele estabeleceu um novo recorde de subida e descida do Mont Blanc, o ponto mais alto dos Alpes, com o tempo total de 4 horas, 54 minutos e 41 segundos. A façanha teve início na igreja de Chamonix e exigiu não apenas habilidade técnica, mas também resistência física e força mental em altos níveis. 2f4hb
O recorde anterior de subida e descida utilizando esquis pertencia a Jack Kuenzle que levou 4 horas e 59 minutos para sair de Chamonix, chegar ao cume da montanha e retornar para a cidade; Kilian Jornet, renomado skyrunner, completou o mesmo percurso em 4 horas, 57 minutos e 40 segundos, porém sem o uso de esquis. Já a primeira escalada do Mont Blanc, realizada por Jacques Balmat e Michel Gabriel Paccard levou mais de 24 horas. Três dias entre subida e descida no total. Montanhistas normais levam em média 16 horas, também divididos em três dias diferentes. A diferença de abordagens destaca a diversidade de estilos no montanhismo contemporâneo e acende o debate sobre técnica, condições e evolução do esporte.
Em uma publicação nas redes sociais, Védrines refletiu sobre sua conquista: “Um recorde que me marcou, pela dificuldade mental e física do percurso. Depois, vieram muitos imprevistos: vendaval, paceiros abandonados, percurso mais longo, problemas de saúde”. O montanhista ainda mencionou que teve dificuldades para encontrar trechos da trilha, que sofreu queimaduras de frio nos olhos, caiu três vezes, quebrou seu bastão e torceu o tornozelo faltando 800 m para chegar a igreja. “Meu olho dói. Meu tornozelo está um desastre. Mas estou feliz. Acabei de realizar um sonho”, finalizou ele.